Originalmente, a palavra Apócrifo (escondido, secreto) não significava nada falso ou desautorizado, mesmo com o passar dos séculos esta seria a conotação principal que referido termo foi adquirindo, pelo menos dentro da Igreja. Os chamados evangelhos apócrifos constituem-se numa coleção de textos muito heterogêneos, cujos únicos traços comuns são sua referendada antiguidade, o relato de temas ou personagens muito importantes, relacionadas com o início da religião cristã e por terem sido todos eles recusados pelas autoridades eclesiásticas. Atacados e vilipendiados por uns e excessivamente elogiados por outros, os evangelhos apócrifos apresentam-nos um quadro multicolor e sumamente interessante dos primeiros tempos do cristianismo. Neles, capta-se a frescura e a inocência do cristianismo inicial, quando a religião popular e os ensinamentos esotéricos não tinham sido, ainda, ocultados nem submetidos por uma Igreja que, com o tempo, chegaria ser extremamente autoritária e repressiva.